segunda-feira, outubro 23, 2006

EXPLORAR E HOMENAGEAR?

EXPLORAR E HOMENAGEAR?
Se observarmos bem a realidade das emissoras de TV da Capital Cearense, perceberemos que possuímos bons profissionais. Não pela formação cultural ou educacional de muitos. Já que dentro das estruturas, poucos conseguiram entrar nos bancos do ensino superior, como produtores, editores e repórteres. Digo bons principalmente em relação aos editores de imagens, cinegrafistas e auxiliares. Pessoas que vieram de outras áreas para dentro das TVs, realizando hoje importantes funções que contribuem para levar imagens e informações à população.Estes profissionais são bons porque sem estrutura, com baixos salários, e sendo explorados, ainda conseguem dar conta de seu trabalho. Um ofício que ao longo dos anos vira um vício. Eles sentem-se parte das transformações sociais que a informação jornalística leva às diversas camadas da população. Acompanhando cinegrafistas, e editores percebemos como a maioria procura fazer o trabalho render, e com qualidade. Talvez, dentro de seus corações, exista uma esperança de um dia a situação da qualidade de trabalho nos meios de comunicação venha a melhorar.
Com certeza, qualquer profissional de TV no Ceará daria um show se fosse contratado por uma grande emissora nacional, onde lhe dessem toda a estrutura necessária para o trabalho, respeito à legislação trabalhista, e salários dignos. Digo isto, porque como falei antes eles aprenderam na prática. E dão bons resultados por que são nordestinos, e como tal são fortes para tentar vencer as adversidades do cotidiano.
A situação de desmobilização da categoria dos cinegrafistas, editores e auxiliares, que são filiados ao Sindicato dos Radialistas, passa pela falta de formação educacional e cultural. Para os empresários é mais fácil manipular um profissional sem senso crítico e sem embasamento cultural. Com isso os bons profissionais são descartados, e novos são contratados sem um critério sério e coerente, gerando uma “oferta” excedente de mão de obra, que contribui ainda mais para o achatamento dos “salários” pagos atualmente.
Preconceitos à parte, durante mais de 10 anos já vimos nas emissoras que trabalhamos serventes e auxiliares de serviços gerais serem transformados em cinegrafistas. Não que estas pessoas não devam ter permissão de ascender socialmente, mas que para exercer estas funções deveriam um curso de capacitação, tivessem pelo menos o segundo grau, ou já estivessem em uma faculdade. A visão de mundo destes profissionais seria outra, tanto em relação às notícias produzidas, quanto em relação às suas vidas, e suas relações trabalhistas.
Voltando à preparação cultural intelectual, também encontramos outros profissionais de rádio que amam o que fazem. São os locutores entrevistadores, que muitas vezes a mando das empresas e por necessidade de trabalhar tomam os lugares de jornalistas profissionais nas funções de repórter. Embora com uma formação a desejar, alguns são comprometidos com o que fazem e buscam ser éticos. Vestem a camisa da produção de notícias.
No âmbito dos programas policiais encontramos mais destes tipos de profissionais. Recentemente perdemos um destes comunicadores, que morreu repentinamente. O sr. Jorge Ribeiro, pessoa com quem trabalhamos na TV Diário do Sistema Verdes Mares de Comunicação. Jorge Ribeiro em seu mister era dedicado e comprometido, embora não fosse jornalista. Percebíamos claramente o seu comprometimento em buscar boas notícias para as edições do programa Rota 22. Possuía fontes, contatos com a polícia, e entendia do que fazia. Um homem simples, que vibrava com a notícia, e que tinha uma boa convivência com seus colegas de trabalho. Embora bem mais velho do que outros colegas de redação, Jorge virava um jovem quando estava em busca de novas notícias. Ele se foi, e outros virão para assumir seu lugar. Render homenagens ao colega de imprensa falecido é algo justo, por sua dedicação e empenho.Na minha opinião as homenagens dos colegas são aceitáveis. Mas as poucas homenagens da diretoria da TV Diário, são questionáveis. Digo isto, pois como outros colegas daquela emissora Jorge Ribeiro era mais um profissional explorado pela direção da TV. Como os demais ele sonhava com um futuro melhor dentro da profissão, mas que, sob o julgo de uma administração autoritária, era obrigado a aceitar as regras do jogo impostas por poucos que esquecem-se de seu passado, e ameaçam com demissões infundadas. Pessoas que em cargo de chefia não conseguem perceber o lado humano das pessoas com que trabalham, e acham-se donos dos veículos de comunicação, tentando equacionar problemas no grito.
Isto acontece em grande parte por que os interesses pessoais deste “profissionais” ofuscam uma visão plena sobre os profissionais das redações cearenses. O falecido repórter do Rota 22 não será o primeiro, e nem o último profissional de imprensa a ser homenageado pelas empresas. Uma homenagem fria, sem sentido, e que só vem depois da morte do funcionário.Logo nos questionamos se é válido explorar os profissionais de imprensa durante toda a vida, para depois homenagear? Lógico que não! Digo isto porque já recebi três singelas e importantes homenagens, que me deixaram orgulho. Estou vivo.
Cada profissional de telejornalismo sonha com um futuro melhor para si, e seus familiares. Mas com o salário de fome, não dá nem para comer direito. A verdadeira homenagem que cada profissional de imprensa deste estado deseja receber é em vida. E a homenagem não é nada mais, nada menos do que uma obrigação de cumprir moralmente e legalmente o que cada profissional tem direito. A verdadeira homenagem passa pelo respeito à dignidade humana dos profissionais que não merecem receber gritos, ao cumprimento da legislação trabalhista, e a implantação de um profissionalismo ainda inexistente. Por tudo isto somos contra homenagens falsas àqueles que partiram, e foram explorados em vida. Eu, por exemplo, dispenso estas “homenagens”.

Fernando DantasAdvogado/Jornalista

quinta-feira, outubro 19, 2006

OTIMISMO E TRABALHO!

O tempo corre! Faltam apenas dez dias para ser definido quem será o novo presidente do Brasil. Se olharmos para trás parece que foi ontem que as esquerdas lançaram a candidatura de Lula em 1989. Mais próximo parece a campanha da vitória que levou a alternância de poder no país, culminada com a posse de Lula em 2002.
Agora no segundo turno se formos analisar o cenário político, percebemos claramente que tudo está favorável à reeleição do primeiro governo popular do Brasil. As pesquisas indicam que iremos vencer com uma boa margem de diferença de votos neste segundo turno. Motivo de orgulho e otimismo diante das mudanças sociais realizadas neste imenso continente chamado Brasil.
Acredito que, talvez, o nosso maior obstáculo a ser vencido não será a oposição dos adversários tucanos que tentam desvirtuar os fatos, e confundir a opinião pública dos eleitores indecisos, ou decididos a votar em branco ou nulo. A nossa maior dificuldade será sem dúvidas a abstenção.
No nordeste, Lula conseguiu grande maioria dos votos. Termômetro que indica a satisfação popular em relação ao governo federal. Mas ao contrário do primeiro turno, onde os candidatos nas eleições proporcionais preocupavam-se mais com o eleitor, e principalmente com aquele que vota no interior, devemos agora redobrar os esforços.
Analisando os números do primeiro turno, percebemos que no Brasil Lula teve 46.662.365 votos. O opositor tucano ficou com 39.968.369. E as abstenções somadas aos votos nulos e brancos totalizaram 29.915.923. Nestes quase trinta milhões de votos é que devemos centralizar nossos esforços como militantes, simpatizantes, ou apoiadores do governo Lula. Esta é uma quantidade expressiva de votos que pode mudar a realidade do resultado final das urnas.
As pesquisas leva-nos a um grande otimismo relacionado à vitória, mas não devemos esquecer do trabalho. Trabalho este que nesta reta final é de fundamental importância para a conquista de novos eleitores adeptos à abstenção voluntária, que crescerá; e aos votos brancos e nulos. Mas também não devemos menosprezar os votos dados aos demais candidatos do PSOL, PDT, e de outros pequenos partidos.
Não dá neste momento para entrar no clima do já ganhou. Não podemos repetir o gosto amargo do que ocorreu na Copa do Mundo. Não nos enganemos. Enquanto estamos aqui buscando convencer amigos, parentes, e colegas de trabalho que neste momento Lula é a melhor opção para o Brasil, as forças ocultas reúnem-se embaixo das asas tucanas para descobrir qual o melhor caminho para desestabilizar a democracia do país. E isto que eu digo não é fruto da imaginação deste que aqui escreve. Contra fatos não há argumentos. A imprensa nacional noticiou a fala do candidato emplumado tucano após a última pesquisa: “Se Lula for reeleito, ele não governará”. Com isto, deve se preocupar o eleitor brasileiro, principalmente os que possuem melhor renda, e maior acesso à educação e aos meios de comunicação.
Não devemos votar simplesmente por votar. Mas refletir no papel o que realmente mudou. E o que significa a volta do PSDB e PFL ao poder deste país? Um grupo de herdeiros de tradições que vem desde o colonialismo português, passando por “partidos” como Arena e PDS. Para eles foram mais de 500 anos no poder.
Ao ligar a TV, assistimos apenas discursos evasivos do ex-governador de São Paulo, que fala: O Lula e o PT já tiveram sua chance de governar”. E com certeza eles também tiveram uma chance. E que chance! Foram mais de cinco séculos com políticos no poder que representavam apenas as “elites” tupiniquins deste amado Brasil.
Precisamos, sim, não deixar de sermos otimistas, mas sem esquecer que o trabalho é fundamental para o futuro de nosso povo. O futuro desta nação abençoada por Deus. Não um Deus Opressor, que tenta passar a teoria do Determinismo Divino. Mas um Deus que tenta viver com seus filhos valores de humildade, solidariedade, altruísmo e amor.

Fernando DantasAdvogado/Jornalista

quarta-feira, outubro 11, 2006

A QUEBRA DOS VALORES DEONTOLÓGICOS

A imprensa possui realmente um papel de fundamental importância na formação intelectual de um país, através da divulgação de notícias e informações. A mídia tanto pode ser utilizada para o bem quanto para o mal. Nas duas situações continua sendo um quarto poder dentro de uma estrutura social.

No Brasil, onde algumas instituições ainda não amadureceram o bastante, a imprensa pode exercer uma influência negativa, que leva às mudanças de posições e opiniões. A notícia, como é ensinada nos bancos universitários e também na experiência diária nas redações com profissionais sérios deve ser isenta. A opinião é válida dentro do editorial da empresa, mas esta mesma opinião não pode gerar o direcionamento das matérias veiculadas.

A mesma imprensa que informa, às vezes desinforma e confunde a cabeças daqueles que não tem maturidade ou aprofundamento nas questões políticas, sociais e econômicas desta nação continental. O que percebemos dentro dos grandes veículos de comunicação são interesses de grupos se sobrepondo aos interesses da coletividade.

No atual cenário, tentam passar á população que o PT e o Presidente Lula erram na administração pública, e em ações denunciadas de corrupção. Esquecem-se os doutos jornalistas, que no Brasil existe um Estado Democrático de Direito regido por Leis. Algumas destas Leis possuem vigência, mas não são eficazes. Mas existem. E dentro desta vigência ninguém pode sair acusando os outros gratuitamente, pois todos são inocentes até que se prove o contrário. Em relação ao que ocorre no país as investigações ainda estão sendo feitas e ninguém ainda foi condenado.

Mas alguns deste país insistem em condenar previamente pessoas sem um devido processo legal. O PSDB, com apoio de alguns setores oportunistas do empresariado dos meios de comunicação tenta passar uma imagem do mal relacionada à esquerda, e em especial ao Presidente Lula e ao PT. Olhando um pouco o passado, perceberemos que a realidade não é tão pura como os Tucanos insistem dizer, que da qual fazem parte. Em um passado não muito distante, falcatruas ocorreram nos governos do PSDB. Não foram poucas as irregularidades. E neste contexto, a atual imprensa que ataca a esquerda, é a mesma que denunciava os tucanos há alguns anos atrás. Digo isto porque as capas da revista Veja não negam os fatos. Por isto vale a pena reavivar a memória e ver as capas da Veja que seguem em anexo. Não devemos nos deixar levar por falácias, ou por arautos que se dizem agora defensores da ética e da moral na vida pública, destruindo assim os verdadeiros princípios deontológicos.
O argumento correto é que o empresariado dos meios de comunicação está sim preocupado com o futuro. Mas somente com o futuro de seus interesses corporativos.

quarta-feira, agosto 09, 2006

PRAZER E TRABALHO

Como todo ser humano possuo manias que a mim são peculiares. Sou aficionado e autodidata em novas tecnologias, gosto de esportes com contato com a natureza, adoro aviação, tenho como hobby pratico a mágica e o ilusionismo, além da fotografia e da filatelia.
Na vida o bom é juntar as nossas manias, ou prazeres, com o ter que labutar diariamente. Como jornalista poso dizer que também consegui isto por dez anos de minha vida, quando atuei como repórter e apresentador de TV. Hoje estou fora das redações de televisão.
Trabalhar com gosto e prazer, sem medir consequências é o segredo para a produtividade. E no telejornalismo isto é possível, quando realizamos matérias produzidas e de qualidade. Onde a cada pauta conhecemos novos lugares, novas pessoas, novas culturas, novos ofícios.
Ao longo de minha carreira consegui realizar matérias interessantes, curiosas e de interesse social. Mas a que mais me marcou, por tratar de uma paixão minha – a aviação militar, foi ter participado da cobertura da maior operação militar área realizada na América do Sul, batizada de CRUZEX, e que ocorreu em 2004.
O trabalho foi maravilhoso. Cobrimos todos os preparativos das missões aéreas, bem como tivemos oportunidade de voar por duas vezes sobre o litoral do Ceará, em uma missão de reabastecimento aéreo dos caças da FAB – Força Aérea Brasileira, que embora possua uma frota de aeronaves obsoletas, consegue se impor pela qualidade de seus profissionais, mecânicos de vôo, e de nossos pilotos, que sem dúvidas são um dos melhores ases da aviação de caça mundial.
Em relação a este trabalho ganhei uma matéria da FAB que pode ser acessada no site: http://www.fab.mil.br/fab/operacaoaerea/cruzex-2004/noticias/1811_TV-DIARIO.htm e que abaixo a reproduzo para quem quiser logo ler.
Com certeza eu repito o que falava aos oficiais durante a CRUZEX 2004: “ Sou amante da aviação, e um piloto frustrado”.

"O jornalista Fernando Dantas, da TV Diário, entusiasmado com a possibilidade de produzir para seus telespectadores, no seu programa “CONHECER” transmitido pela TV Diário, no domingo dia 05 de dezembro de 2004, pelo canal 22, as 20:00h mais um documentário, desta vez um pouco diferente, não percam!.
Seu interesse começou quando recebeu o release, enviado a mídia local, no qual informava o início e termino das operações aéreas, nele constava um quadro horário para o atendimento aos profissionais de imprensa regional e internacional interessada em cobrir as Operações militares e poderem conhecer o aparato eletrônico e aeronaves da Forca Aérea Brasileira envolvidas na operação militar multinacional denominada CRUZEX.
Por duas semanas o Sistema Verdes Mares de Televisão e Jornal estiveram presentes no dia-a-dia do exercício CRUZEX 2004, os aficionados em aviões terão a oportunidade de verem os mesmos decolando, pilotos de diversos Esquadrões da Forca Aérea Brasileira atuando conjuntamente no planejamento e na execução de missões aéreas. Vai ser muito bom!!!
Reportagem: CECOMSAER"

FOTO DA SEMANA


VISTA DA SERRA DA IBIAPABA
By André medina 16/07/2006
Esta é mais uma bela paisagem de minha viagem à Serra da Ibiapaba. Aqui obsrvamos o belo verde do maciço, uma região das mais belas do Ceará.

terça-feira, agosto 01, 2006

QUE OAB QUEREMOS?

O ano de 2006 é o marco de dois momentos eleitorais em nossa cidade. O primeiro e mais relevante: o processo eleitoral nacional, que definirá o novo presidente, os governadores, os senadores, os deputados federais, e os deputados estaduais.
Já o segundo, não menos importante, definirá a nova diretoria da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará. Este é também importante para a população, pois definirá os nomes daqueles que irão nortear as ações da OAB, que dentro do cenário social possui uma valor grande. São os advogados, como operadores do direito, ressaltados em nossa Carta Magna.
Para o primeiro momento eleitoral, as regras de publicidade já estão claras. Algumas coisas mudaram no sentindo de coibir gastos de campanha exorbitantes, que depois serviriam de ponderação e justificação para esquema de caixa dois, quando descoberto. Uma desculpa para a mudança na legislação eleitoral, que não me convence muito, pois mesmo assim o caixa dois não vai deixar de existir. Principalmente nas regiões mais carentes do nosso nordeste brasileiro, onde o voto muitas vezes serve como moeda de troca. Pelo menos para o eleitor mais esclarecido, os exageros de campanhas partidárias este ano não chocarão muito. Não teremos os grandes showmícios, a distribuição de brindes, e as grandes produções televisivas na propaganda eleitoral gratuita.
Mas como será a campanha da OAB em 2006? Não precisa seguir os passos de Nostradamus para adivinhar como serão as práticas eleitorais. Tomando-se por base o que ocorreu em 2003, onde o fortalezense chocou-se com a campanha colocada nas ruas para eleger os representantes da classe advocatícia devido a explicitação dos gastos realizados, neste ano não será muito diferente. Digo isto por que embora com restrições impostas pelo Conselho Federal da OAB ainda teremos feijoadas, jantares, shows, cartas, envio de materiais, e outras coisitas mais. Tudo do jeito que a nossa corte gosta.
E a guerra já começou. Começam a nos enviar e-mails anônimos com denúncias. Enviam folders repetitivos, que nos cansam em uma simples leitura. Realizam jantares para a high society. Resumindo: um pouco do que será gasto na campanha deste ano já começa a aparecer.
Aí chego a me questionar. Que interesse existe em realizar uma mega campanha eleitoral para a OAB Ceará? Quem está por trás destes gastos volumosos? É vantajoso profissionalmente ser conselheiro de uma seccional da OAB? É bom para a categoria a promoção de jantares públicos com personalidades que não são nossos pares? A OAB antes de tudo, e de todos, é a representação de nossa categoria junto a sociedade. É ainda uma das instituições respeitadas deste país desacreditado em alguns de seus valores públicos. É um referencial para a população quando busca direitos individuais e coletivos.
Fico a imaginar que o país anda um pouco descontente com as práticas dos políticos que andam desacreditados. Seria diferente no âmbito interno da Ordem dos Advogados do Brasil.
Então pergunto: Que OAB queremos para o próximo triênio?

Fernando Dantas é Advogado e Jornalista

segunda-feira, julho 31, 2006

FOTO DA SEMANA!


TELEFÉRICO DO PARQUE NACIONAL DE UBAJARA - SERRA DA IBIAPABA.
By Fernando Dantas 16/07/2006.
Esta foto mostra bem que o Ceará possui muitas belezas naturais que, por incrível que pareça, em pleno século XXI ainda são desconhecidas da maioria dos Brasileiros.

SER JORNALISTA, É SER ESCRIBA!

Ser Jornalista, é ser Escriba. Um escriba do cotidiano, dos fatos, da realidade. É emitir opinião, e retratar a vida como ela é. No Brasil, uma profissão que teve como pioneiros operadores do direito. Advogados, que paulatinamente emitiam opiniões sobre fatos e acontecimentos, mas que depois começaram a revelar a realidade dos acontecimentos diários. Ser jornalista, é um vício. Uma cachaça como diriam os velhos colegas de redação. É uma doença, um vírus, uma bactéria, ou simplificando, um bichinho que não entra na veia dos periodistas, mas que já vem no sangue. De nada adianta cursar uma faculdade de comunicação, se a ação de comunicar, seja ela verbalizada, escrita, ou por imagens, não venha do berço esplêndido. Mas a formação, o estudo, e o aperfeiçoamento são necessários para que os retratistas da realidade não deixem o ego superar a técnica e a ética, como é visivelmente real no cotidiano das redações. Este pequeno espaço, surge para que aqui apresentemos nossas idéias em forma de artigos. Ser jornalista, é um ser escriba. É ser operário da notícia!

ORGULHO DE SER JORNALISTA!


As dificuldades do dia a dia do brasileiro sempre são ótimos motivos para refletirmos sobre as prováveis causas. Os problemas enfrentados por nosso povo são muitos. Mas aqui queremos nos ater somente a um. A valorização do TRABALHADOR BRASILEIRO. Grafado em maiúsculo e negrito por ser merecedor de destaque, e respeito.Abrindo as páginas dos jornais e revistas nacionais mais recentes sempre encontramos análises econômicas que dão conta de que no Brasil, e em particular no Ceará, o desemprego vem caindo. Que novos postos de trabalho possam estar surgindo não duvidamos. Não cremos, afirmando aqui com veemência, é na qualidade destes postos de trabalho. A mente de nosso empresariado ainda é pequena e mesquinha. A grande maioria ainda persiste na velha forma de explorar “legalmente” a mão de obra assalariada de um povo já tão sofrido.Ao falarmos isso não nos referimos somente ao trabalhador que recebe apenas um salário mínimo. Tão mínimo que não chega a contemplar o é previsto constitucionalmente para a sobrevivência digna e uma família. Falamos sim de uma classe que começa a ser extinta. A classe média, com curso superior, que para tentar ingressar no mercado de trabalho chega a submeter-se a condições nada dignas de jornada e salário, onde incluímos os colegas jornalistas. Se aqui a análise fosse dos recebedores do mínimo, perceberíamos claramente que na verdade esses trabalhadores vivem em um sistema de “escravidão legalizada”, onde na ponta do lápis pagam para trabalhar.Lá fora chegam a cogitar que o povo brasileiro não gosta de trabalhar. Uma falácia. O Brasileiro, sim, ao contrário de outros povos, sempre encontra um jeito para sobreviver. Seja vendendo lanches em uma bicicleta, olhando carros, ou oferecendo bilhetes lotéricos. Segundo os mestres da economia, chegamos a trabalhar cerca de cinco meses ao ano para pagar tributos. Como trabalhamos para sustentar governos, seríamos os verdadeiros servidores públicos.Mas enquanto isso no palco do poder maior, aqueles que dizem ser representantes de um povo, do qual eles não querem mais fazer parte, reivindicam aumentos salariais exorbitantes.Voltando a análise de nossas empresas, com raras exceções, percebemos que diante do excesso de mão de obra colocada no mercado pelas universidades empresas, que só visam o lucro através dos sonhos das pessoas, os mais bem preparados no mercado cearense são obrigados a se sujeitar a situações antes inimagináveis. Os empresários preocupam-se apenas com seus lucros, e esquecem-se de que o maior capital, e a maior riqueza de suas empresas é o funcionário. Para reduzir custos vale tudo. Até mesmo burlar a Lei em relação a alguns direitos do trabalhador. Seja pagando mal, não cumprindo direitos como horas extras, ou contratando estagiários e seres estranhos no lugar de profissionais.Aqui lembramos de uma frase do consultor de markenting americano Philip Kotler: “ Dá-se muita atenção ao custo de se realizar algo, e nenhuma ao custo de não realizá-la.” Aprimorar e valorizar o corpo funcional de uma empresa não é custo , e sim investimento com retorno certo. Algo que alguns homens cearenses, que se acham empresários, ainda não aprenderam. Nesse sentido é importante que o candidato a uma vaga no mercado cearense analise bem a situação em que se propõe a trabalhar, de modo que saiba se valorizar diante de um empregador.E esta valorização passa pela luta por uma qualificação profissional universitária. Onde os que estudaram, e enfrentaram os bancos universitários não sejam suplantados por formas equivocadas de inserção no mercado de trabalho como o apadrinhamento, a beleza, e os laços familiares. Exemplo que atinge os jornalistas diretamente, bem como outras categorias profissionais.Falo com mais afeição em relação aos jornalistas, pois como se não bastasse a forma com que os empresários nos tratam, temos ainda dois agravantes: o veto presidencial ao projeto de regulamentação de nossa profissão, que contribui mais ainda para a precarização do nosso mercado de trabalho; e também a posição de alguns colegas em posições de destaque em direção de empresas ou em colunas diárias, que de uma hora para outra esqueceram que são jornalistas, que um dia passaram pelos bancos acadêmicos do velho Centro de Humanidades do Benfica. A origem acadêmica do jornalismo cearense, idealizado pela Professora Adísia Sá, e por outros jornalistas idealistas.Ser Jornalista, é ser Escriba. Um escriba do cotidiano, dos fatos, da realidade. É emitir opinião, e retratar a vida como ela é. No Brasil, uma profissão que teve como pioneiros operadores do direito. Advogados, que paulatinamente emitiam opiniões sobre fatos e acontecimentos, mas que depois começaram a revelar a realidade dos acontecimentos diários. Ser jornalista, é um vício. Uma cachaça como diriam os velhos colegas de redação. É uma doença, um vírus, uma bactéria, ou simplificando, um bichinho que não entra na veia, mas que já vem no sangue. De nada adianta cursar uma faculdade de comunicação, se a ação de comunicar, seja ela verbalizada, escrita, ou por imagens, não venha do berço esplêndido. Mas a formação, o estudo, e o aperfeiçoamento são necessários para que os retratistas da realidade não deixem o ego superar a técnica e a ética, como é visivelmente real no cotidiano das redações. Ser jornalista, é um ser escriba. É ser operário da notícia!Digo a todos em alto e bom som: Sou Jornalista de fato e de direito, e com muito orgulho!

Fernando Dantas – Advogado e Jornalista

PEDRAS NO CAMINHO

A luta pelo diploma deve continuar. Neste momento é de fundamental importância que estejamos unidos para a sanção presidencial do projeto. Uma saída para pelo menos barrar os falsos profissionais que permeiam o mercado brasileiro, e que muitas vezes não sabem sequer escrever corretamente a nossa sofrida língua brasileira, como vemos no dia a dia dos veículos.
Já é hora de darmos um basta nas vagas que surgem por apadrinhamento, laços familiares, conveniência, ou pela beleza feminina de algumas moças que tentam ingressar na carreira errada.Se aliarmos a beleza feminina, que é uma das mais belas criações de Deus, com o saber acadêmico, experiência e intelectualidade, melhor.
Não muito diferente do resto do País, a situação em Fortaleza é caótica no mercado de trabalho. Muitos ainda estão nas redações por apadrinhamento, beleza, laços familiares, ou até mesmo por ser patrocinador de algum programa. Além disso, ser dono de curso de jornalismo virou uma galinha de ovos de ouro, onde não se sabe por onde anda a qualidade.
Já passou do tempo, mas não devemos deixar de lutar não apenas pela sanção presidencial, mas também retomar as discussões sobre o nosso Conselho Federal de Jornalismo. Assim, a exemplo do que hoje ocorre na advocacia, onde muitos se formam, mas poucos conseguem advogar, conseguiríamos mudar.
Os contrários falam em reserva de mercado. Isto é uma falácia. A verdade é que lutamos por qualidade no mercado de trabalho, onde tenhamos profissionais comprometidos com a informação verdadeira. E onde não encontremos pessoas que querem aparecer mais do que a notícia. Com certeza em uma reportagem a estrela principal é a notícia, e não o jornalista.
A hora também é de reflexão para o Exmo. Sr. Presidente Lula, que chegou ao poder, tendo iniciado sua luta no sindicalismo, e na defesa dos interesses laborais dos metalúrgicos do ABC. Luta não diferente desta nossa. Lembramos ainda que a sua chegada ao poder, também passa pelo apoio dado por intelectuais deste país, que desde a primeira campanha em 1989 acreditavam na mudança de ideologia de poder. E entre os quais encontramos muitos jornalistas comprometidos com o social.
Mesmo com a exigência do diploma em profissões regulamentadas como Medicina, Odontologia, Direito, e Engenharia; o público a ser atendido fica com o pé um pouco atrás quando se trata de um neófito em algum setor de trabalho. Por que a situação tem que ser diferente no jornalismo? Um falso profissional de comunicação pode destruir vidas, carreiras e estabilidades sócio-políticas. O jornalista, antes de ser um narrador de estórias do cotidiano, deve ser um profissional comprometido com o social, e com as mudanças neste país tão desigual.
A nossa responsabilidade nas redações de rádios, jornais, tvs e assessorias de imprensa é muito grande. Logo não podemos permitir que algumas poucas pessoas, e alguns empresários do setor desejem acabar com uma luta de uma categoria que já dura décadas. Não podemos acreditar na inversão de valores. Não podemos aceitar a mediocridade invadir as redações em detrimento à formação profissional.
É um absurdo também imaginar que tentam passar à sociedade que tentamos uma reserva de mercado no campo do ensino do jornalismo. Não é possível imaginar uma MODELO sem ser formada em Jornalismo, e sem experiência, dando aula por exemplo de ‘Técnica de Reportagem e Entrevista’. É o mesmo que imaginar um veterinário dando aula de Neurocirurgia em um curso de medicina. Que saibam os opositores ao projeto, que mesmo com o diploma e a nova regulamentação da profissão, a realidade no mercado de trabalho ainda será difícil, onde teremos ainda que nos esforçar bastante para galgar degraus na carreira profissional. Mas pelos menos será mais justo, pois algumas pedras já saíram do caminho. O sonho ainda é possível, e pode em breve se tornar realidade. Por isso devemos acreditar nele.
Por Fernando Dantas – Advogado e Jornalista