quinta-feira, maio 21, 2015

O CAOS POSTAL NO BRASIL

Meu convívio com a antiga EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, hoje simplesmente Correios, remonta a metade da década de 80, quando eu com 12 anos de idade me dedicava à filatelia. Sempre ia à agência central dos Correios comprar selos. Aguardar cartas chegarem em casa, ou encomendas era algo mágico. Nos deixava ansioso pela surpresa que nunca tardava a chegar. A EBCT era motivo de orgulho nacional. Uma das instituições de maior credibilidade no país, ao lado dos bombeiros e militares das forças armadas. Hoje, muita coisa mudou. Não coleciono mais selos, a qualidade do serviços dos Correios caiu na lama, encomendas e cartas demoram a chegar; e sem falar no péssimo atendimento e preços altos. E os exemplos são muitos. Eu mesmo apresento dois exemplos do péssimo serviço prestado atualmente pelos Correios no Brasil, um órgão federal que possui cargos comissionados indicados pelo Governo Federal. Esperar uma carta ou encomenda não tem mais nada de mágico. É na verdade um verdadeiro pesadelo. No mês passado esperava uma encomenda que foi postada nos USA em 17.04.15 sob o código de rastreamento CJ197917379US. Chegou no Rio de Janeiro em 22.04.15, data em que também foi liberada pela alfândega e já enviado para Fortaleza. Para minha surpresa em 05.05.15 a dita encomenda não chegou à minha cidade, pois simplesmente desapareceu. E só veio a chegar em 19.05.15 após reaparecer.
Alguns podem dizer que a minha encomenda, citada acima, demorou por ser internacional. Estão corretos? Não! A ineficiência dos Correios existe também no âmbito nacional. Em 06.05.15 foi postada uma encomenda para mim vinda da cidade de Jundiaí- SP, sob o código de rastreamento PE149717324BR. No acompanhamento da encomenda notamos que no mesmo dia foi encaminhada para a Unidade Operacional de Valinhos-SP. Pasmem sobre o que aconteceu. Onze dias depois a minha encomenda ,que não era mais rastreada no sistema, apareceu em 17.05.15 na Unidade Operacional de Porto Alegre-RS. Mas o que é que tem a ver um objeto sair de São Paulo para Fortaleza e fazer uma escala, ou conexão, em Porto Alegre? Um absurdo!!! E sabem qual a razão disto? Simples. Incompetência pura de gestão. Pelo jeito estão colocando servidores para trabalhar, que nunca cursaram administração postal. E sem falar nas peixadas políticas das indicações de comissionados.
Outros poderão dizer: “Fernando, você está exagerando em seu desabafo.” Será? Para os que pensam assim, faço um convite para visitarem a página oficial dos Correios no Facebook (https://www.facebook.com/correiosoficial). Visitem e percebam várias reclamações que existem contra os Correios. Um patrimônio nacional que está mal administrado, sem gestão, ineficaz, e preocupado mais com bobagens, do que com sua atividade fim. Quer comprovar? Vejam as respostas das reclamações na página do órgão no Facebook. #BRASILUMPAÍSDETOLOS

quarta-feira, maio 13, 2015

LIBERDADE DE ESCRAVOS?

Hoje é uma das datas mais importantes para o povo brasileiro. Dia 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura. Mas será realmente que realmente os escravos foram libertados no Brasil. Creio que não! O que antes chamávamos de escravatura, era uma prática abominável onde as pessoas de origem afro, e pele escura, eram subjugadas e obrigadas ao trabalho forçado. Tudo isto por que alguns se julgavam superiores pela “cor” da pele branca, pelo “status” social, e pelos bens possuídos, com o grande apoio de países europeus que durante anos apoiaram o tráfico negreiro. Na data de 13 de maio de 1888, chegou ao fim o trabalho escravo no Brasil após a assinatura da Lei Áurea. Com a abolição, os escravos libertados tornaram-se iguais perante a lei. Entretanto eles não tiveram direitos garantidos e nem foram bem aceitos na hipócrita sociedade brasileira, bem diferente do que ocorreu nos Estados Unidos da América. No Brasil os afros-descendentes foram abandonados pelo poder público, e as conseqüências perduram até hoje em nossa sociedade que finge não ser racista ou preconceituosa. O que mudou foi apenas a estrutura, ou nomenclatura jurídica. Não temos mais no Brasil, com raras exceções no campo, o que é conhecido como escravidão. Esta caracterizada pelo trabalho forçado, falta de remuneração, maus tratos, e ausência de direitos sociais como saúde e educação. Os anos passaram, e os descendentes dos escravos brasileiros, e outros mais, vivem a pós-modernidade da escravidão. Caracterizo a pós-modernidade da escravidão como a exploração do trabalho de pessoas humildes que recebem apenas R$ 788,00. Uma quantia insuficiente para garantir o consumo de bens de primeira necessidade como moradia, alimentação, educação e saúde. No que se relaciona à moradia, muitos ainda vivem em favelas que tiveram suas origens ainda no século XIX com os primeiros cortiços. Alimentação boa com um salário mínimo, algo impensável principalmente para quem vive nos centros urbanos. Educação em escola de qualidade, um sonho impossível; pois o filho de assalariado é obrigado a freqüentar a péssima escola pública brasileira. E em relação à saúde, resta orar a Deus pedindo para não adoecer, pois se isto ocorrer já sabemos as conseqüências na ineficaz rede pública de saúde.
Com o fim da escravidão no século XIX, já perto do fim da monarquia no Brasil, também foram desaparecendo alguns poucos status da nobreza e da aristocracia. Mas o sentimento de aristocracia ou de nobreza ainda permanecem no imaginário coletivo da maioria dos brasileiros, que desejam ter empregados domésticos sem lhes garantir seus devidos direitos, mesmo com a recém editada “Lei das Domésticas”, avanço tardio no ordenamento jurídico trabalhista. Muitos dos ocupantes de cargos comissionados, funções públicas ou cargos eletivos nas três esferas de poder, não possuem sensibilidade em relação às camadas mais humildes da população, que sofrem no dia a dia um abandono do poder público, muito parecido com o que existia no fim da escravidão no Brasil. Estes agentes públicos preocupam-se muito mais com suas posições na máquina pública e suas remunerações, do que bem servir à população. São a “aristocracia e nobreza” do século XIX. Faço este desabafo pois me orgulho de ser afro-descendente, acreditando que a “cor” da pele não pode influenciar o destino do ser humano. E que neste país o único caminho para termos realmente a liberdade de nosso povo é proporcionarmos uma educação de qualidade ao nosso povo, gerando assim a plena e efetiva cidadania. Se não ocorrerem reais e concretos investimentos em educação, continuaremos a viver em um país de exploração da mão-de-obra, grande exclusão social, excessiva carga tributária, precária prestação de serviços públicos, e paraíso da impunidade e corrupção. Liberdade de Escravos? O certo é que passados 127 anos do fim da escravidão no país, continuamos escravos de um sistema oriundo ainda no Brasil Colônia, só que agora institucionalizado e legalizado!

quinta-feira, maio 07, 2015

ABANDONADOS PELA PÁTRIA?

Vale a pena refletirmos sobre o tema. Na verdade, em minha humilde opinião, vivemos em um país "abençoado por Deus, e bonito por natureza", como já dizia a canção. Mas vivemos, desde tempos remotos, em um país de inversão de valores que é administrado por corruptos que prometem como sem falta, e falham como sem dúvida. A violência em nossas portas bate diariamente, e a impunidade dos crimes cometidos por menores leva ao clamor popular pela redução da maioridade penal. Na verdade o problema maior deste país é a educação de péssima qualidade para os jovens mais humildes, roubando-lhes oportunidades na vida. Somente através da educação plena, integral, multidisciplinar é que poderemos ter um Brasil com cidadania plena. Pensar simploriamente em reduzir a maioridade penal não solucionará o problema de crianças e adolescentes delinqüentes. Desculpem-me os opositores mas, de pronto, medidas duras tem que se tomadas, como a redução da maioridade penal, e julgamento de delinqüentes adolescentes não com base apenas em sua idade, mas também relacionado ao potencial ofensivo do crime cometido. Entretanto, estas medidas de urgência que devem ser tomadas, pelos pseudos administradores e políticos brasileiros, de nada adiantarão se não forem ampliados e intensificados os investimentos em educação de qualidade em todos os rincões do Brasil. Se isto não acontecer, muito em breve viveremos o caos da violência, e poderemos ser vítimas destes menores que não tem culpa de terem sido abandonados não pela pátria Brasil, mas por seres que desejam chegar ao poder apenas pelo poder, esquecendo-se dos valores e necessidades da coletividade, centrados apenas no egocentrismo locupletador de benesses públicas. Necessário se faz investimento no presente para se colher no futuro. Meu pensamento.