A luta pelo diploma deve continuar. Neste momento é de fundamental importância que estejamos unidos para a sanção presidencial do projeto. Uma saída para pelo menos barrar os falsos profissionais que permeiam o mercado brasileiro, e que muitas vezes não sabem sequer escrever corretamente a nossa sofrida língua brasileira, como vemos no dia a dia dos veículos.
Já é hora de darmos um basta nas vagas que surgem por apadrinhamento, laços familiares, conveniência, ou pela beleza feminina de algumas moças que tentam ingressar na carreira errada.Se aliarmos a beleza feminina, que é uma das mais belas criações de Deus, com o saber acadêmico, experiência e intelectualidade, melhor.
Não muito diferente do resto do País, a situação em Fortaleza é caótica no mercado de trabalho. Muitos ainda estão nas redações por apadrinhamento, beleza, laços familiares, ou até mesmo por ser patrocinador de algum programa. Além disso, ser dono de curso de jornalismo virou uma galinha de ovos de ouro, onde não se sabe por onde anda a qualidade.
Já passou do tempo, mas não devemos deixar de lutar não apenas pela sanção presidencial, mas também retomar as discussões sobre o nosso Conselho Federal de Jornalismo. Assim, a exemplo do que hoje ocorre na advocacia, onde muitos se formam, mas poucos conseguem advogar, conseguiríamos mudar.
Os contrários falam em reserva de mercado. Isto é uma falácia. A verdade é que lutamos por qualidade no mercado de trabalho, onde tenhamos profissionais comprometidos com a informação verdadeira. E onde não encontremos pessoas que querem aparecer mais do que a notícia. Com certeza em uma reportagem a estrela principal é a notícia, e não o jornalista.
A hora também é de reflexão para o Exmo. Sr. Presidente Lula, que chegou ao poder, tendo iniciado sua luta no sindicalismo, e na defesa dos interesses laborais dos metalúrgicos do ABC. Luta não diferente desta nossa. Lembramos ainda que a sua chegada ao poder, também passa pelo apoio dado por intelectuais deste país, que desde a primeira campanha em 1989 acreditavam na mudança de ideologia de poder. E entre os quais encontramos muitos jornalistas comprometidos com o social.
Mesmo com a exigência do diploma em profissões regulamentadas como Medicina, Odontologia, Direito, e Engenharia; o público a ser atendido fica com o pé um pouco atrás quando se trata de um neófito em algum setor de trabalho. Por que a situação tem que ser diferente no jornalismo? Um falso profissional de comunicação pode destruir vidas, carreiras e estabilidades sócio-políticas. O jornalista, antes de ser um narrador de estórias do cotidiano, deve ser um profissional comprometido com o social, e com as mudanças neste país tão desigual.
A nossa responsabilidade nas redações de rádios, jornais, tvs e assessorias de imprensa é muito grande. Logo não podemos permitir que algumas poucas pessoas, e alguns empresários do setor desejem acabar com uma luta de uma categoria que já dura décadas. Não podemos acreditar na inversão de valores. Não podemos aceitar a mediocridade invadir as redações em detrimento à formação profissional.
É um absurdo também imaginar que tentam passar à sociedade que tentamos uma reserva de mercado no campo do ensino do jornalismo. Não é possível imaginar uma MODELO sem ser formada em Jornalismo, e sem experiência, dando aula por exemplo de ‘Técnica de Reportagem e Entrevista’. É o mesmo que imaginar um veterinário dando aula de Neurocirurgia em um curso de medicina. Que saibam os opositores ao projeto, que mesmo com o diploma e a nova regulamentação da profissão, a realidade no mercado de trabalho ainda será difícil, onde teremos ainda que nos esforçar bastante para galgar degraus na carreira profissional. Mas pelos menos será mais justo, pois algumas pedras já saíram do caminho. O sonho ainda é possível, e pode em breve se tornar realidade. Por isso devemos acreditar nele.
Por Fernando Dantas – Advogado e Jornalista
segunda-feira, julho 31, 2006
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