quinta-feira, outubro 22, 2015

UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA EM NÍVEL E PRUMO

Chegamos a 2015. Ano de eleição para a nova diretoria da OAB Ceará. Nas redes sociais começam novamente os embates, discussões, e até ataques desqualificados, que em nada contribuem para o processo eleitoral que se finaliza com a eleição no dia 20 de novembro. Nas ruas começa o corpo a corpo nos fóruns e delegacias; e as tentativas de conseguir votos com as velhas práticas políticas de campanha de OAB com seus jantares e almoços, que pouco se difere da tradicional e "criticada" política partidária brasileira. Antes que venham me desqualificar com minha opinião, atitude típica dos míopes que desejam impor idéias e opiniões; digo que mantenho de fato, e de direito, a possibilidade de manifestar meu pensamento. E assim o farei sempre. Para o pleito deste ano temos cinco opções para escolher como futura direção dos destinos da OAB Ceará. Nas cinco chapas possuo colegas de profissão, e alguns amigos. As eleições passarão, e as verdadeiras amizades e sentimento de coleguismo e companheirismo ficarão. Não quero participar de ataques pessoais, nem expor obscuridades de um limbo, onde alguns escorregarão sozinhos. O certo é que temos que ter coerência, e saber da importância deste momento para nossa categoria profissional, que a cada dia é cada vez mais desrespeitada. Desrespeito este que pode não ser sentido nos "olimpos" dos grandes escritórios, ou dos asseclas que ficam na sombra de alguns. Mas um desrespeito que é sentido pelos jovens advogados, e por advogados experientes, mas de menor expressão econômica, política e social nos meios jurídicos e administrativos de nosso amado Ceará. Embora estivesse antes desmotivado em relação à nossa Ordem e ao movimento de classse; para este pleito já me decidi, e retorno a acompanhar os fatos vestido agora com a cor da esperança, sentimento inerente aos mais jovens. Na campanha deste ano os Advogados e Advogadas ainda indecisos devem analisar as propostas que tenham Coerência. De nada adianta fazer promessas incoerentes e inexequíveis. Os indecisos tem que acompanhar as discussões de Nível, e não se prender a fofocas e tentativas pueris de desqualificar opositores, demonstrando assim muito mais despreparo e desespero de quem não debate de mente e coração aberto. E até mesmo para quem decidiu em qual chapa votará deve ver o Prumo a que isto levará, questionando-se o verdadeiro equilíbrio. Já disse que defini meu voto. Mas temos uma série de cinco opções a escolher. E neste momento temos que pugnar amplos debates públicos entre os candidatos que desejam ocupar a partir de 2016 a Presidência da OAB. Não podem os Advogados e Advogadas assistirem a uma campanha sem embate de idéias olho no olho. Além disto, elenco abaixo outros pontos que devem ser levados ao debate público entre os candidatos. Quero ver depois deste humilde texto reflexivo quem serão os candidatos que enfrentarão os temas apresentados. 1- DEBATE PÚBLICO - Se faz necessário que os cinco candidatos à Presidência da OAB, bem como o staff dos componentes de chapa para diretoria, participem de debates públicos ao vivo perante à classe advocatícia cearense, com mediação isenta e sem ligação a nenhum dos grupos. Tem que se discutir o atual modelo de gestão da OAB, perspectivas para o futuro, e as missões de cada candidato a cargo de diretoria. Particularmente não acredito em candidato que foge do debate olho no olho. Não acredito em Advogado que foge ao embate respeitoso de idéias. E repudio aqueles que em debates tentam desqualificar o outro, ou seus apoiadores, simplesmente por não pensar igual. 2- REELEIÇÃO - A quem interessa a reeleição à Presidência da OAB? Trata-se de um mecanismo político administrativo necessário para a defesa da categoria? Creio que não. Já está na hora dos candidatos debaterem sobre o processo de reeleição na OAB. Algo que pode contribuir para que um determinado grupo se perpetue no poder. Toda e qualquer instituição necessita de renovação e oxigenação administrativa, sem falar na oportunidade para o surgimento de novas lideranças que não ficam nas sombras de velhos caciques do poder. 3- ELEIÇÃO DIRETA DO CF OAB - Já está na hora de começar a mudar o entendimento sobre a eleição do Conselho Federal da OAB. Não vi ao longo dos anos até hoje nenhum candidato tocar neste ponto. Até quando as bases eleitorais da OAB serão desvalorizadas. Cada Advogado e Advogada só possui o valor de seu voto para a eleição da seccional estadual e sub-seções da Ordem. Mas somos totalmente excluídos da escolha do Presidente do Conselho Federal, entidade maior que nos representa, mas que em minha opinião não respeita a democracia, pois é guindada por voto indireto. Que candidato levantará este debate? A quem interessa continuar a manter em eleições indiretas a escolha do CF OAB? Não esqueçamos que regras podem ser questionadas e mudadas. 4- CORPOS ANEXOS - Quando se inicia uma campanha para a OAB os focos e olhares são seletivos. Miramos a visão em primeiro lugar nos candidatos a presidente. Mas muitas vezes esquecemos de olhar para aqueles que irão preencher as funções de diretoria. Será que existe uma boa visibilidade dos mesmos? Será que estes que se candidatam às funções de diretoria realmente estão preparados para o mister a ser exercido? E quem são os conselheiros estaduais e federais? Como foram escolhidos? Ou houve loteamento de cargos? Na maioria das eleições nada sobre estes questionamentos são abordados. Uma chapa ganha. As pessoas assumem, e a maioria da classe não sabem quem são e para que vieram. E são conselheiros e diretores que definem o rumo de nossa classe. Não paramos por aqui! Os mesmos argumentos apresentados servem também para os corpos anexos da OAB como a FESAC e CAACE. Quem vai assumir os cargos destes importantes braços da Advocacia cearense? Qual a preparação destes escolhidos para a assistência e educação dos Advogados e Advogadas? Ou houve loteamento de cargos? 5- ANUIDADE - Não é novidade para ninguém que pagamos uma alta taxa na anuidade da OAB Ceará. Pode não ser um valor alto para os grandes escritórios. Mas ainda é para jovens advogados, e para advogados experiente, mas de menor expressão econômica, política e social nos meios jurídicos e administrativos de nosso amado Ceará. O que realmente este valor nos agrega no exercício da advocacia, além das propagadas salas e novo prédio, etc. Sinto falta de uma OAB que tenha uma equipe com estrutura para fiscalizar o exercício ilegal da profissão, exploração trabalhista de jovens profissionais com salários aviltantes, e ampliação da defesa de prerrogativas. 6 - A CAACE - Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará, possui em seu nome oficial a palavra assistência. Assistência real é de fundamental importância. Mas na OAB Ceará para ter assistência efetiva se faz necessário pagar uma taxa para garantir benefício. Será que realmente a CAACE não possui condições de prestar serviços à comunidade advocatícia sem mais uma taxa? Sabemos que o valor da taxa de anuidade da CAACE é pequeno em relação aos benefícios de um ano. Mas pesa no bolso quando é somado à anuidade. Porque já existe seccional da OAB em outros estados que não cobra taxas de suas Caixas de Assistência? Porque não dar aos Advogados e Advogadas cearenses o direito de usufruir da CAACE apenas com a anuidade já paga? Um benefício direto e real para os Advogados que pagam a anuidade. 7- FESAC - A Escola Superior de Advocacia é outro braço forte da OAB Ceará. Hoje quando falamos dela lembramos apenas de que é possível obter um desconto na anuidade, cujo valor é menor do que é cobrado pela maioria dos cursos. Questiono também porque não é possível assegurar a cada Advogado e Advogada adimplente, no mínimo, um curso de atualização por semestre gratuitamente, dois ao ano. Um benefício direto e real para os Advogados que pagam a anuidade. Porque a Escola de Advocacia não abre um banco de talentos para apoiar advogados que desejam ser instrutores remunerados ou voluntários? Será que existe reserva de mercado para se dar aula na FESAC? 8- PUBLICIDADE - Quero muito ver os candidatos à presidência da OAB debaterem a questão da publicidade em relação ao exercício da profissão, algo que está regulamentado no Estatuto da Advocacia, e que possui exageros. Somos profissionais liberais, de uma maioria formada por pequenos e médios escritórios. Porque não fomentar om debate nacional para flexibilização das publicidades sobre o exercício profissional, mas sem esquecer dos aspectos éticos, pois a Advocacia não é atividade de resultados. 9- COOPERATIVA - Sem dúvida, a Advocacia é uma das mais importantes profissões a serem exercidas. Mas também uma das mais conservadoras. A nossa regulamentação profissional nos proíbe o exercício laboral em sistema de Cooperativa, como em outras categorias como médicos. Nada na vida é imutável, a não ser a certeza da morte. Então me questiono, e espero que os candidatos discutam o tema, a quem interessa proibir cooperativas de Advocacia? Seria o medo dos grandes escritórios de perder uma parcela de mercado? Será que informalmente já não temos Planos de Assistência Jurídica no Brasil, atuando de forma velada? Creio que Cooperativas de Trabalho Jurídico, contribuiriam principalmente para os jovens advogados, que muitas vezes não possuem clientela e nem sabem por onde começar. 10 - QUINTO CONSTITUCIONAL - Ao longo dos anos não mer recordo de algum candidato que tenha combatido abertamente o instrumento Monárquico do Quinto Constitucional. Mas observo alguns colegas que iniciam suas carreiras na Advocacia, e atuação direta na OAB, visando ser guindado a um cargo através do Quinto Constitucional. As intenções do instrumento poderiam ser até boas na época de sua instituição, mas creio ser um instrumento dispensável, e que seja aberto um debate para sua abolição. Efetivamente não vi nenhum benefício direto para a Advocacia em ter um de seus membros guindados a um cargo pela escolha do Quinto Constitucional. O que ser ver em alguns casos é ingerência política para ocupar tais cargos. Será que os candidatos à presidência da OAB enfrentarão de alguma forma os temas elencados acima? Que esperemos. Paguei para ver, e votar! Mas com coerência nivelada e aprumada.

sexta-feira, junho 12, 2015

EX-ALUNOS DO COLÉGIO MILITAR DE FORTALEZA PARTICIPAM DE ESTÁGIO DE SOBREVIVÊNCIA NA SELVA NO 51º. BATALHÃO DE INFANTARIA DE SELVA EM ALTAMIRA

A operação foi realizada pelo 51o. BIS - Batalhão de Infantaria de Selva com 36 companheiros ex-alunos do Colégio Militar de Fortaleza; entre civis, militares da reserva, e militares da ativa. Internamente batizada de Operação Kangaço na Selva, tratou-se de um estágio em um quartel instalado na Amazônia Brasileira que forma Combatentes de Selva. No período de 4 a 7 de junho de 2015, o 51º BIS- Batalhão de Infantaria de Selva, sediado na cidade de Altamira-Pará, foi realizado um Estágio na Selva. O estágio irá contou com a presença de 38 ex-alunos, das turmas 1982-1988 e 1983-1989, do CMF - Colégio Militar de Fortaleza, tradicional estabelecimento de ensino do Exército Brasileiro. Atualmente os ex-alunos exercem as mais diversas funções na sociedade brasileira em diferentes estados da federação. No grupo, que chega a Altamira no dia 4 de junho; além de militares das Forças Armadas da ativa e da reserva, existem médicos, advogados, juízes, bombeiros, oficiais de marinha de guerra e mercante, executivos de empresas nacionais, e empresários.
A idéia de realizar a atividade na Selva Amazônica partiu do grupo de ex-alunos, que conta hoje com alguns integrantes comandando unidades militares do Exército Brasileiro em diversos estados. Atualmente o 51º BIS é comandado pelo Tenente Coronel de Infantaria William Fernandes de Oliveira Amaral, também ex-aluno do CMF da turma 1982-1988, que de pronto se dispôs a realizar a atividade. O 51º BIS é uma das principais unidades operacionais do Exército Brasileiro que resguardam a nossa Amazônia, e contribui para a integração nacional com o apoio da população da região. Segundo o TC Amaral, este tipo de estágio na selva é uma atividade comum realizada pelo Exército Brasileiro em diversas unidades. “Estágios como este que realizamos com ex-alunos do Colégio Militar de Fortaleza, fortalecem os elos da sociedade brasileira com o nosso exército. Os participantes conheceram de perto nossa missão institucional. Para nós é ainda mais gratificante receber profissionais de destaque na sociedade, com quem tivemos a oportunidade de estudar no Colégio Militar. Além do conhecimento repassado, foi uma oportunidade de congraçamento”, disse Amaral.
A realização do estágio aproveitou o período do feriado de Corpus Christi, para não atrapalhar a vida profissional dos participantes, e nem interferir nas atividades operacionais do quartel. Para o evento os estagiários custearam suas despesas para participar, se deslocando de Fortaleza e de outras cidades até Altamira no estado do Pará. Por ser uma turma especial de Estágio na Selva, formada por uma maioria de convidados de origem nordestina, a operação foi batizada de “Kangaço na Selva”, uma alusão a força do nordestino que convive com a região semi-árida brasileira, e que terá contato com selva amazônica. Outro diferencial da atividade promovida pelo 51º Batalhão de Infantaria de Selva, é que os estagiários da Operação Kangaço na Selva tiveram como instrutores outros ex-alunos do CMF, que hoje são oficiais da ativa do Exército. Como instrutores estarão além do comandante do 51º. BIS, TC William Amaral; também integraram a equipe de instrutores os seguintes oficiais: Tenente Coronel de Infantaria Alfredo dos Santos Filho, Tenente Coronel de Infantaria Lister, Tenente Coronel de Infantaria Sousa Holanda, e o Tenente Coronel de Infantaria José Abinoan, que me 2016 assume o comando do 23º. Batalhão de Caçadores em Fortaleza.
A idéia embrionária para este evento em Altamira surgiu ainda no ano passado. Em 2014, cinco ex-alunos do CMF foram convidados para participar da Operação Saudade, realizada anualmente pelo 23º BC -Batalhão de Caçadores, comandado pelo Tenente Coronel de Infantaria Alfredo Ferreira dos Santos Filho, também ex-aluno do CMF da turma 1988-1982. Na ocasião participaram da atividade Ricardo Bruno, juiz de direito; Márcio Lopes, secretário de esportes do município de Fortaleza; Reinaldo Monteiro, executivo da OI; Alexandro Orleans, empresário; e Fernando Dantas, advogado e jornalista. Para o organizador do grupo de ex-alunos em Fortaleza, Reinaldo Monteiro, estes momentos vividos com os colegas de Colégio Militar são especiais, e servem para fortalecer ainda mais as amizades forjadas ainda na juventude. “O nosso intuito é congregar nossos amigos egressos do CMF, independente de turma no colégio, ou posição social. O que nos une é nossa origem como ex-alunos do Colégio Militar de Fortaleza, que nos deu formação de base”, afirmou Monteiro.
Durante a Operação “Kangaço na Selva”, os participantes aprenderam algumas das técnicas de sobrevivência na selva, que são ensinadas aos militares que atuam na região amazônica. Foram quase três dias de intensas atividades na região de Altamira, que incluiu pernoite no meio da selva, desova em meio aquático, ofidismo, obtenção de alimentos de origem animal e vegetal, obtenção de água e fogo, tiro instintivo, tiro de caça, e helocasting. Além disto a turma visitou as instalações da construção da Usina de Belo Monte, o mais novo equipamento estratégico para o Brasil. Com experiência no telejornalismo, já tendo realizado cobertura jornalística de eventos militares, Fernando Dantas, ex-aluno da turma 83-89, afirmou que esta é uma experiência única, que dificilmente se repetirá. “Para mim é uma honra poder participar de tão seleto grupo em uma atividade como esta. Além de podermos relembrar os velhos tempos de Colégio Militar de Fortaleza, conheceremos de perto um pouco da realidade da nossa Amazônia, um dos maiores patrimônios do Brasil, que é protegida por nosso exército”, concluiu Dantas.
DEFENSORES DA SELVA - Combatente de selva, guerreiro de selva e guerreiro da selva são termos que costumam ser tratados como sinônimos. Há, entretanto, uma sutil diferença entre eles. Combatente de selva é mais amplo, guerreiro de selva é aquele que fez o curso de “guerra na selva” do CIGS e guerreiro da selva é o especialista brasileiro. - Combatente de selva: militar, de qualquer posto ou graduação, de carreira ou temporário, que tem instrução específica própria de unidades de selva, para o desempenho de cargo previsto em quadro de organização (QO) das organizações militares do CMA. - Guerreiros de selva: termo genérico do especialista em operações na selva formado pelo CIGS, das Forças Armadas nacionais e estrangeiras. No jargão militar internacional é o “jungle expert”, apto a combater em qualquer selva do mundo com características semelhantes à da Amazônia. - Guerreiros da selva: termo estrito atribuído ao guerreiro de selva brasileiro. Tem conotação poética, ao referir-se especificamente ao guerreiro “da” Amazônia brasileira. Assim, quando o sentido do texto, poema, comentário etc. referirem-se ao nacional, deve-se optar pelo termo “guerreiro da selva”, da selva amazônica brasileira. A “Oração do Guerreiro da Selva” e o poema “Que Não Ousem” são exemplos de referências de exaltação aos guerreiros da selva amazônica brasileira.
MINHA VISÃO - Todos estudamos no Colégio Militar de Fortaleza (Oficial). Alguns de nós seguiram a carreira militar profissionalmente. Outros são apenas oficiais, ou praças, da reserva das Forças Armadas. Na vida seguimos destinos diferentes. Bombeiros, médicos, juízes, advogados, empresários. O comum entre nós é uma formação educacional de base, que nos une e diferencia de alguns pelo brado: Para a Frente, Custe o que Custar! O ritual de vestir a farda nos relembra o passado, e nos faz reavivar os velhos aprendizados de amar nossa pátria e nossa nação independente de ideologias políticas. Para mim reavivou um lema formado pela união de duas canções: " Nós somos da pátria a guarda, fiéis soldados por ela amados. Nas cores de nossa farda rebrilha a glória... Brava gente brasileira! Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil...." No fim a farda vira uma segunda pele, e nossos laços são fortalecidos, pois agora A SELVA NOS UNE. SELVA!!!

quinta-feira, maio 21, 2015

O CAOS POSTAL NO BRASIL

Meu convívio com a antiga EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, hoje simplesmente Correios, remonta a metade da década de 80, quando eu com 12 anos de idade me dedicava à filatelia. Sempre ia à agência central dos Correios comprar selos. Aguardar cartas chegarem em casa, ou encomendas era algo mágico. Nos deixava ansioso pela surpresa que nunca tardava a chegar. A EBCT era motivo de orgulho nacional. Uma das instituições de maior credibilidade no país, ao lado dos bombeiros e militares das forças armadas. Hoje, muita coisa mudou. Não coleciono mais selos, a qualidade do serviços dos Correios caiu na lama, encomendas e cartas demoram a chegar; e sem falar no péssimo atendimento e preços altos. E os exemplos são muitos. Eu mesmo apresento dois exemplos do péssimo serviço prestado atualmente pelos Correios no Brasil, um órgão federal que possui cargos comissionados indicados pelo Governo Federal. Esperar uma carta ou encomenda não tem mais nada de mágico. É na verdade um verdadeiro pesadelo. No mês passado esperava uma encomenda que foi postada nos USA em 17.04.15 sob o código de rastreamento CJ197917379US. Chegou no Rio de Janeiro em 22.04.15, data em que também foi liberada pela alfândega e já enviado para Fortaleza. Para minha surpresa em 05.05.15 a dita encomenda não chegou à minha cidade, pois simplesmente desapareceu. E só veio a chegar em 19.05.15 após reaparecer.
Alguns podem dizer que a minha encomenda, citada acima, demorou por ser internacional. Estão corretos? Não! A ineficiência dos Correios existe também no âmbito nacional. Em 06.05.15 foi postada uma encomenda para mim vinda da cidade de Jundiaí- SP, sob o código de rastreamento PE149717324BR. No acompanhamento da encomenda notamos que no mesmo dia foi encaminhada para a Unidade Operacional de Valinhos-SP. Pasmem sobre o que aconteceu. Onze dias depois a minha encomenda ,que não era mais rastreada no sistema, apareceu em 17.05.15 na Unidade Operacional de Porto Alegre-RS. Mas o que é que tem a ver um objeto sair de São Paulo para Fortaleza e fazer uma escala, ou conexão, em Porto Alegre? Um absurdo!!! E sabem qual a razão disto? Simples. Incompetência pura de gestão. Pelo jeito estão colocando servidores para trabalhar, que nunca cursaram administração postal. E sem falar nas peixadas políticas das indicações de comissionados.
Outros poderão dizer: “Fernando, você está exagerando em seu desabafo.” Será? Para os que pensam assim, faço um convite para visitarem a página oficial dos Correios no Facebook (https://www.facebook.com/correiosoficial). Visitem e percebam várias reclamações que existem contra os Correios. Um patrimônio nacional que está mal administrado, sem gestão, ineficaz, e preocupado mais com bobagens, do que com sua atividade fim. Quer comprovar? Vejam as respostas das reclamações na página do órgão no Facebook. #BRASILUMPAÍSDETOLOS

quarta-feira, maio 13, 2015

LIBERDADE DE ESCRAVOS?

Hoje é uma das datas mais importantes para o povo brasileiro. Dia 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura. Mas será realmente que realmente os escravos foram libertados no Brasil. Creio que não! O que antes chamávamos de escravatura, era uma prática abominável onde as pessoas de origem afro, e pele escura, eram subjugadas e obrigadas ao trabalho forçado. Tudo isto por que alguns se julgavam superiores pela “cor” da pele branca, pelo “status” social, e pelos bens possuídos, com o grande apoio de países europeus que durante anos apoiaram o tráfico negreiro. Na data de 13 de maio de 1888, chegou ao fim o trabalho escravo no Brasil após a assinatura da Lei Áurea. Com a abolição, os escravos libertados tornaram-se iguais perante a lei. Entretanto eles não tiveram direitos garantidos e nem foram bem aceitos na hipócrita sociedade brasileira, bem diferente do que ocorreu nos Estados Unidos da América. No Brasil os afros-descendentes foram abandonados pelo poder público, e as conseqüências perduram até hoje em nossa sociedade que finge não ser racista ou preconceituosa. O que mudou foi apenas a estrutura, ou nomenclatura jurídica. Não temos mais no Brasil, com raras exceções no campo, o que é conhecido como escravidão. Esta caracterizada pelo trabalho forçado, falta de remuneração, maus tratos, e ausência de direitos sociais como saúde e educação. Os anos passaram, e os descendentes dos escravos brasileiros, e outros mais, vivem a pós-modernidade da escravidão. Caracterizo a pós-modernidade da escravidão como a exploração do trabalho de pessoas humildes que recebem apenas R$ 788,00. Uma quantia insuficiente para garantir o consumo de bens de primeira necessidade como moradia, alimentação, educação e saúde. No que se relaciona à moradia, muitos ainda vivem em favelas que tiveram suas origens ainda no século XIX com os primeiros cortiços. Alimentação boa com um salário mínimo, algo impensável principalmente para quem vive nos centros urbanos. Educação em escola de qualidade, um sonho impossível; pois o filho de assalariado é obrigado a freqüentar a péssima escola pública brasileira. E em relação à saúde, resta orar a Deus pedindo para não adoecer, pois se isto ocorrer já sabemos as conseqüências na ineficaz rede pública de saúde.
Com o fim da escravidão no século XIX, já perto do fim da monarquia no Brasil, também foram desaparecendo alguns poucos status da nobreza e da aristocracia. Mas o sentimento de aristocracia ou de nobreza ainda permanecem no imaginário coletivo da maioria dos brasileiros, que desejam ter empregados domésticos sem lhes garantir seus devidos direitos, mesmo com a recém editada “Lei das Domésticas”, avanço tardio no ordenamento jurídico trabalhista. Muitos dos ocupantes de cargos comissionados, funções públicas ou cargos eletivos nas três esferas de poder, não possuem sensibilidade em relação às camadas mais humildes da população, que sofrem no dia a dia um abandono do poder público, muito parecido com o que existia no fim da escravidão no Brasil. Estes agentes públicos preocupam-se muito mais com suas posições na máquina pública e suas remunerações, do que bem servir à população. São a “aristocracia e nobreza” do século XIX. Faço este desabafo pois me orgulho de ser afro-descendente, acreditando que a “cor” da pele não pode influenciar o destino do ser humano. E que neste país o único caminho para termos realmente a liberdade de nosso povo é proporcionarmos uma educação de qualidade ao nosso povo, gerando assim a plena e efetiva cidadania. Se não ocorrerem reais e concretos investimentos em educação, continuaremos a viver em um país de exploração da mão-de-obra, grande exclusão social, excessiva carga tributária, precária prestação de serviços públicos, e paraíso da impunidade e corrupção. Liberdade de Escravos? O certo é que passados 127 anos do fim da escravidão no país, continuamos escravos de um sistema oriundo ainda no Brasil Colônia, só que agora institucionalizado e legalizado!

quinta-feira, maio 07, 2015

ABANDONADOS PELA PÁTRIA?

Vale a pena refletirmos sobre o tema. Na verdade, em minha humilde opinião, vivemos em um país "abençoado por Deus, e bonito por natureza", como já dizia a canção. Mas vivemos, desde tempos remotos, em um país de inversão de valores que é administrado por corruptos que prometem como sem falta, e falham como sem dúvida. A violência em nossas portas bate diariamente, e a impunidade dos crimes cometidos por menores leva ao clamor popular pela redução da maioridade penal. Na verdade o problema maior deste país é a educação de péssima qualidade para os jovens mais humildes, roubando-lhes oportunidades na vida. Somente através da educação plena, integral, multidisciplinar é que poderemos ter um Brasil com cidadania plena. Pensar simploriamente em reduzir a maioridade penal não solucionará o problema de crianças e adolescentes delinqüentes. Desculpem-me os opositores mas, de pronto, medidas duras tem que se tomadas, como a redução da maioridade penal, e julgamento de delinqüentes adolescentes não com base apenas em sua idade, mas também relacionado ao potencial ofensivo do crime cometido. Entretanto, estas medidas de urgência que devem ser tomadas, pelos pseudos administradores e políticos brasileiros, de nada adiantarão se não forem ampliados e intensificados os investimentos em educação de qualidade em todos os rincões do Brasil. Se isto não acontecer, muito em breve viveremos o caos da violência, e poderemos ser vítimas destes menores que não tem culpa de terem sido abandonados não pela pátria Brasil, mas por seres que desejam chegar ao poder apenas pelo poder, esquecendo-se dos valores e necessidades da coletividade, centrados apenas no egocentrismo locupletador de benesses públicas. Necessário se faz investimento no presente para se colher no futuro. Meu pensamento.