EDUCAÇÃO CIDADÃ, A SOLUÇÃO DAS MAZELAS BRASILEIRAS

Vivemos um período eleitoral. E muito se fala no momento, seja de um lado ou de outro, sobre os problemas de nosso país. Muito se cita a corrupção, segurança pública, sistema judiciário, impunidade, crise política, criminalidade, saúde e educação. Mas se analisarmos a questão, sem paixões políticas, e com olhos mais abertos às mazelas brasileiras, perceberemos que nosso maior problema é a educação, ou a falta dela com qualidade.

Pela educação passam todos os demais problemas desta nação continental. No Brasil não possuímos uma educação de qualidade voltada à cidadania dos brasileiros. Uma educação que forme verdadeiros cidadãos voltados para o desenvolvimento do país, e para busca de soluções conjuntas e democráticas em beneficio de todos. Aliado a este processo de ausência de uma educação plena, sofremos ainda com a forte influência da mídia nacional, seja pelas redes sociais, televisiva, radiofônica ou escrita. Em um país sem formação educacional plena para a cidadania as mídias acabam por influenciar nossa população através de padrões estéticos, e ideológicos, que acarretam efeitos em nossa frágil e imatura sociedade. Sem uma educação crítica e reflexiva os cidadãos, destacando-se principalmente os jovens, acabam por se influenciar sobre o que lhes é divulgado de forma massificada pela mídia através de excesso de informações, e pela falta de aprofundamento nas questões abordadas diariamente, e das mais variadas formas. Com seu poder de influência e alcance sobre as massas, a mídia chega a “hipnotizar” as pessoas, levando-as a assimilar e adotar padrões de comportamento, estéticos e ideológicos de forma rasa. Isto pode ser percebido na atual conjuntura política, em que temos dois candidatos à presidência do Brasil, com grupos ideológicos opostos de práticas e pensamentos. Mas destacamos que são práticas e pensamentos rasos, e sem aprofundamento de conceitos políticos ou filosóficos. Na verdade, observa-se um simulacro de partidários de “direita” e de “esquerda”, mas em que a maioria defensora destes pensamentos na campanha política sequer sabem seus verdadeiros significados. Grupos sendo acusados de fascistas, e outros acusados de apoiarem ditaduras comunistas. E os dois sentindo-se ameaçados por golpes, sejam de esquerda ou de direita; de um capitalismo liberal ou de um socialismo excludente.

Ambos os pensamentos citados acima, e fortalecidos pelos atuais padrões estéticos da nossa mídia contemporânea só leva a aprofundar a vala comum da superficialidade do conhecimento, que fica separada apenas pelo muro da intolerância de ambas as partes. E o maior efeito, e conseqüência, disto é continuarmos parados no tempo, com uma educação de péssima qualidade, com analfabetos funcionais, e sem brasileiros e brasileiras que reflitam de modo consciente sobre nossa realidade e mazelas. A realidade se restringe a meros “papagaios”, repetidores dos discursos massificados por padrões estéticos ideológicos de alguns. O ciclo é vicioso. Eleitores sem uma boa formação educacional elegem políticos descompromissados com a educação. Estes mesmos políticos compram votos de um povo sem consciência política consolidada, carente de um Estado forte. Aqueles mesmos políticos são reeleitos, e no poder não fazem o básico para se implantar uma educação cidadã gerando eleitores fiscais do que é feito realmente. A roda gira e nada muda infelizmente.

É hora de realmente mudarmos e fazermos um pacto pela educação. Mudança esta que somente se concretizará a longo prazo. Mas com a certeza de que o primeiro passo terá que ser dado hoje, pois o ontem já passou, e levou a nada os dias atuais e os passados. Muda Brasil!