quinta-feira, janeiro 12, 2012
OS VERDADEIROS AGIOTAS NO BRASIL
Chamou-me atenção matéria da imprensa local que dá conta de dados da FEBRABAN, indicando que em 2011 de 29 tarifas bancárias no país, 10 aumentaram. Um grande absurdo. Geralmente, os brasileiros que ganham pouco, ou razoavelmente, principalmente no início de ano devido ao aumento das despesas. Vale notar que algumas tarifas superaram em reajuste o índice do IPCA.
Por conta da necessidade de suprir urgência de aquisição de bens, serviços ou quitação de compromissos, muitas pessoas acabam se endividando mais do que sua capacidade de obter receitas. Diante disto ingressam no mundo do Cheque Especial, Cartões de Crédito, e até no fundo do poço de ter que recorrer a um agiota.
Agiotagem no Brasil é ilegal. E como tal, as autoridade responsáveis “tentam” no país do faz de conta coibir a prática, que muitas vezes além do dinheiro vem acompanhada da violência e ameaças, como formas de cobrança à margem da Lei. Mas não sejamos hipócritas. Enquanto as autoridades “tentam” ou fingem buscar os agiotas que atuam em cima da necessidade alheia em momentos de dificuldade. Os grandes ficam à solta. Para mim, os maiores Agiotas, ou verdadeiros, são os grandes agentes do mercado financeiro como bancos, operadoras de cartões de crédito e financeiras. Estes não são bem fiscalizados, punidos, e cobrados, embora tenhamos legislação e Banco Central para acompanhar de perto.
O que se vê na realidade é a especulação daqueles que trabalham com dinheiro, oferecendo uma moeda que não sei até que ponto está realmente estável, através de créditos financeiros que possuem juros altíssimos, abusivos, extorsivos. A quem realmente interessa este tipo de prática. Como se não já bastasse o sócio chamado Governo, que nos faz tão trabalhar cerca de quatro meses por ano para pagar impostos, ainda somos reféns, sem direito de defesa dos altos juros, multas, e acréscimos diversos cobrados no cartão de crédito, nos financiamentos de imóveis e veículos e no cheque especial. Nas faturas os nomes mudam, mas sempre de forma mascarada chegam para expropriar o pouco de nosso minguado dinheiro de trabalhadores assalariados.
No país da inversão de valores não se dá para entender, porque é mais fácil financiar um veículo de R$ 180 mil, sendo ele a garantia do financiamento, do que um imóvel do mesmo valor. No Brasil, um carro de R$ 180 mil pode ser financiado facilmente, bastando o adquirente ter nome limpo, bom cadastro, e uma renda que possibilite efetuar o pagamento de 24,36,48, 60 parcelas. Ou seja, cinco anos depois, o automóvel já estará quitado, depreciado, e desvalorizado. E o pior é que o carro é um bem fungível, que pode deixar de existir com muito mais facilidade do que uma casa, um apartamento. Entretanto, no país do faz de conta, se um cidadão desejar comprar um imóvel com o mesmo valor de R$ 180 mil, a situação se inverte. As dificuldades serão maiores, o prazo esticado demais para o pagamento chegando a 30 anos. Mas pelo menos uma coisa boa: na maioria dos casos imóveis se valorizam, ao contrário de veículos. Mas esta valorização às vezes não se consubstancia realmente devido as perdas financeiras por conta de juros, longos prazos de pagamento, e excesso de taxas cartoriais na aquisição do “sonho da casa própria”.
Então vale lermos a matéria do jornal Diário do Nordeste no link ao lado (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1092632), e depois fazermos nossa reflexão sobre a máquina pública do Brasil que beneficia os verdadeiros agiotas, e as políticas tributárias confiscatórias.
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