terça-feira, agosto 01, 2006

QUE OAB QUEREMOS?

O ano de 2006 é o marco de dois momentos eleitorais em nossa cidade. O primeiro e mais relevante: o processo eleitoral nacional, que definirá o novo presidente, os governadores, os senadores, os deputados federais, e os deputados estaduais.
Já o segundo, não menos importante, definirá a nova diretoria da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará. Este é também importante para a população, pois definirá os nomes daqueles que irão nortear as ações da OAB, que dentro do cenário social possui uma valor grande. São os advogados, como operadores do direito, ressaltados em nossa Carta Magna.
Para o primeiro momento eleitoral, as regras de publicidade já estão claras. Algumas coisas mudaram no sentindo de coibir gastos de campanha exorbitantes, que depois serviriam de ponderação e justificação para esquema de caixa dois, quando descoberto. Uma desculpa para a mudança na legislação eleitoral, que não me convence muito, pois mesmo assim o caixa dois não vai deixar de existir. Principalmente nas regiões mais carentes do nosso nordeste brasileiro, onde o voto muitas vezes serve como moeda de troca. Pelo menos para o eleitor mais esclarecido, os exageros de campanhas partidárias este ano não chocarão muito. Não teremos os grandes showmícios, a distribuição de brindes, e as grandes produções televisivas na propaganda eleitoral gratuita.
Mas como será a campanha da OAB em 2006? Não precisa seguir os passos de Nostradamus para adivinhar como serão as práticas eleitorais. Tomando-se por base o que ocorreu em 2003, onde o fortalezense chocou-se com a campanha colocada nas ruas para eleger os representantes da classe advocatícia devido a explicitação dos gastos realizados, neste ano não será muito diferente. Digo isto por que embora com restrições impostas pelo Conselho Federal da OAB ainda teremos feijoadas, jantares, shows, cartas, envio de materiais, e outras coisitas mais. Tudo do jeito que a nossa corte gosta.
E a guerra já começou. Começam a nos enviar e-mails anônimos com denúncias. Enviam folders repetitivos, que nos cansam em uma simples leitura. Realizam jantares para a high society. Resumindo: um pouco do que será gasto na campanha deste ano já começa a aparecer.
Aí chego a me questionar. Que interesse existe em realizar uma mega campanha eleitoral para a OAB Ceará? Quem está por trás destes gastos volumosos? É vantajoso profissionalmente ser conselheiro de uma seccional da OAB? É bom para a categoria a promoção de jantares públicos com personalidades que não são nossos pares? A OAB antes de tudo, e de todos, é a representação de nossa categoria junto a sociedade. É ainda uma das instituições respeitadas deste país desacreditado em alguns de seus valores públicos. É um referencial para a população quando busca direitos individuais e coletivos.
Fico a imaginar que o país anda um pouco descontente com as práticas dos políticos que andam desacreditados. Seria diferente no âmbito interno da Ordem dos Advogados do Brasil.
Então pergunto: Que OAB queremos para o próximo triênio?

Fernando Dantas é Advogado e Jornalista

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Nando, que bom que você já esteja iniciando o projeto de ter a tua biografia. Beijos de quem torce por você e te ama muito.